Ser mãe é uma escolha

O dia das mães é uma das celebrações mais antigas do mundo. Na Grécia, durante a primavera, os gregos costumavam homenagear a deusa Réia, mãe de todos os seres. Alguns séculos depois, em meados de 1600, a Inglaterra instituiu um dia para celebrar as mães das operárias. Já os Estados Unidos só oficializou uma data comemorativa para as mães em 1914.

No Brasil, foi só em 1932 que as mães ganharam, oficialmente, um dia para chamar de seu, após o, então presidente, Getúlio Vargas, assinar um decreto. Por aqui, as comemorações são feitas sempre no segundo domingo de maio.

Ao longo dos anos as mulheres foram acumulando cada vez mais funções, hoje em dia, além de mães, esposas e donas de casa, elas ainda são profissionais e, muitas vezes, chefes de família. Para além de tudo isso, encontra tempo para o amor e o sexo.

Ser mãe é uma escolha

A sociedade cobra da mulher ser mãe, mas muitas não tem esse desejo. Isso é normal e em muitos casos até saudável. Ter filhos é mais biológico e instintual do que cultural para muitas mulheres.

Entretanto a escolha também acaba passando pelo cultural. Já há pesquisas que apontam mulheres de classe social baixa tendo muitos filhos como forma de ganhar reconhecimento social e respeito pela comunidade, por exemplo.

Por outro lado, há na Alemanha uma campanha do governo para que as mulheres tenham filhos. Elas recebem até 3 anos de licença maternidade, uma bolsa pensão para esse filho até a universidade, dentre outras regalias e, mesmo assim, elas preferem não tê-los alegando que a maternidade atrapalha a carreira profissional.      

Abandono de bebês

São vários fatores que fazem uma mãe abandonar o filho recém nascido. Na maioria dos casos a questão é de caráter criminoso. A mãe tem traços da estrutura perversa de personalidade, portanto não preza os vínculos, não sente culpa e também não tem limites.

Uma mulher com estrutura de personalidade neurótica ou normal pode cometer o mesmo crime por causa de uma depressão puerperal, por exemplo, que tem uma ordem psicótica, ou seja, mais para doentia do que para criminosa. Uma mãe mais consciente pode dar seu filho para adoção de maneira decente e digna.

Depressão pós-parto

É comum um tipo leve de depressão no pós-parto. Afinal a mulher ganha o bebê, mas perde a sua condição de grávida, que é boa e prazerosa, na maioria dos casos. Além disso, há ainda as modificações do corpo, do estado emocional e do meio ambiente que afetam seu estado de humor afetivo, os hormônios estão voltando ao que eram antes, o bebê chora e ela não sabe decifrar o que é. São as incertezas, medos e desamparos que caracterizam a depressão.

Diferente dessa leve depressão, a depressão puerperal é mais grave, e são outros os fatores desencadeantes. Nesses casos a busca de ajuda profissional é fundamental.

Infelizmente ainda há muitos homens que abandonam suas mulheres grávidas. Não tem nada mais terrível do que o abandono do homem pai do filho, é avassalador para a autoestima da mulher. Ficam marcas de mágoas muito profundas e de difícil recuperação.

Esse abandono afeta a sexualidade em sua capacidade de fantasias e desejos. A crença da mulher nos homens, e nas pessoas de maneira geral, fica muito abalada. Há mulheres que se entristeceram muito e até entram em depressão. Só a psicoterapia pode mudar a sua maneira de pensar e de sentir a vida novamente. De alguma maneira, esse estado deprimido do humor afetivo afeta o filho também.

O interesse sexual no pós-parto

Logo após a mulher se tornar mãe, é comum que ela perca o interesse sexual pelo parceiro. Toda a energia libidinal dessa mulher fica voltada para a criança. Isso é esperado e normal. No mundo animal isso também ocorre, vem daí a famosa frase  “a mãe que fica lambendo a cria”. Então não sobra energia sexual para mais nada além do bebê. Passada a quarentena a energia sexual vai voltando aos poucos e depois tudo fica normal.

Ser mãe X relações afetivas

A presença dos filhos altera a relação de um casal em todos os sentidos e no sexual não poderia ser diferente. Qualquer pessoa saudável e consciente sabe que, para se ter uma relação sexual é necessário privacidade, e é aí que mora o perigo.

Depois que se têm filhos a privacidade tende a diminuir. O problema da porta do quarto é comum para quase todos os casais. Fechar ou não a porta quando vai deitar para dormir ou descansar?  Os pais costumam ter medo dos filhos precisarem deles a noite e eles não ouvirem por estarem com a porta fechada.

No entanto, é importante acostumar os filhos com a porta fechada sempre que estiverem juntos. Assim, eles passam a respeitar esse limite e a entenderem que os pais são sexuados e podem ter direito a essa privacidade.

Filhos de outros casamentos

Hoje em dia, com as novas organizações familiares, é muito comum a mulher ser mãe em dois ou mais casamentos. Com isso, a relação da mulher com o marido pode ter como obstáculo o ciúme, tanto do antigo parceiro, quanto dos filhos. Nesses casos a mãe precisa ter habilidade para lidar com as relações entre todos, pois isso pode atrapalhar a relação dela com o marido.

Por outro lado, a sexualidade em si mesma pode até ficar melhor porque a mulher percebe que tem que cuidar desse amor por ele mesmo e não porque ele está condicionado à questão da paternidade. Em outras palavras, muitas vezes a mulher pode se sentir muito cômoda e não investir no romance quando o seu parceiro é pai de um filho e ainda mais se estiver amarrada pelo casamento. O investimento de amor pode mudar caso exista alguma possibilidade de ameaça à relação.

Diferentes formas de amar os filhos

Quem tem mais de um filho sabe que é possível sentir diferentes formas de amor. Normalmente amamos nossos filhos com a mesma intensidade, porém de jeitos variados.

É importante lembrar que ” mãe também é gente”, no sentido de que sentimos como todo mundo, quando somos amadas ou rejeitadas. Existem formas de amor mais doces e outras mais agressivas. Nós até compreendemos as formas mais agressivas, porém preferimos as doces. O amor sempre será uma via de mão dupla. Por isso as formas de expressão de amor podem parecer diferentes.

A identidade feminina é uma construção social e pode modificar de acordo com a cultura e as necessidades de cada uma. Percebemos que esse modificar não é um processo fácil, pois remete à adoção de um novo comportamento e estilo de vida. Hoje estamos vivendo um momento onde muitos valores pré-estabelecidos, como sendo desejo da mulher estão sendo questionado: por exemplo, a necessidade conjugal. Hoje a mulher pode escolher ser mãe, profissional e ainda ser sexuada, sem necessariamente se casar.

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