Saiba até que ponto sentir medo é normal

Segundo especialista, o medo é um mecanismo automático e primitivo de sobrevivência e sua reação ocorre sempre que detectamos algum perigo, ou quando confrontamos algo novo e desconhecido.

O medo da violência urbana pode agir na mente e no corpo dos moradores das grandes cidades, influenciando inclusive o desempenho sexual dessas pessoas. Muitas doenças mentais podem ser desencadeadas a partir do medo real da violência ou mesmo por medos infundados. Tudo junto pode produzir sintomas ou quadros psicossomáticos graves.

Segundo a psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia, o comum em casos de muita violência urbana, como a que estamos vivendo é acontecer paralelamente a outro processo que é o excesso de prevenção, regido pelo medo exacerbado, sem limites e muitas vezes infundado. “O paradoxo, medo versos prevenção pode desencadear conturbações no humor e reações mentais diversas que vão desde neuroses a disfunções sexuais, além de outras doenças físicas como consequência, entre elas uma úlcera, taquicardia, hipertensão, tensão muscular, queda da resistência e aumento de quadros infecciosos”.

São características de um medo intenso: o ritmo cardíaco acelerado, tremores, sudorese, sensação de terror, palpitação, dores no peito, tontura, confusão e uma urgência de se afastar do objeto da situação causadora do medo. “A pessoa perde a noção do que está ocorrendo ao seu redor, mas acredita que algo ruim acontecerá. A sensação de morte pode chegar de repente”, completou Sônia.

Como o medo pode atrapalhar a vida sexual?

O estado de medo intenso pode ainda atrapalhar o desempenho sexual. “Para conseguir manter uma excitação em homens e mulheres é necessário que o foco das sensações eróticas se encontre localizado no corpo e principalmente nos genitais, e uma pessoa em situação de medo, o foco das sensações estarão, sem dúvida, localizado no objeto do medo e/ou do objeto fóbico”, explicou a sexóloga.

Além disso, o corpo tende a reagir de diferentes formas ao medo, inclusive na relação sexual. Para a psicóloga, frente à situação de medo, todo o corpo coloca-se em condição de fuga, o que é instintivo. “No caso de uma relação sexual, toda energia que deveria estar concentra nos órgãos sexuais se dirige para as regiões periféricas as que se movimentam para a fuga. Portanto, completamente incompatível com a proposta sexual.”

Saiba identificar o medo

De acordo com a especialista, é preciso reconhecer os sintomas e as situações de medo. Veja as dicas dela:

  • Formule um plano de ação para amenizar a ansiedade;
  • Converse com pessoas e compare medos e atitudes preventivas;
  • Medo não é fraqueza, por isso procure um profissional, se necessário.

Sônia ainda aponta que para estabelecer parâmetros de normalidade é necessário identificar os gatilhos (causas) que levam à neurose. “A neurose não se desenvolve da noite para o dia, mas é construída ao longo da formação da personalidade. Para que haja a interrupção do medo, o individuo deve frequentar locais mais seguros e protegidos, de preferência. Já em casos de um quadro fóbico ou de ansiedade generalizada, é necessário procurar profissionais especializados”, ressaltou.

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