Sedução – Um jogo muito particular

Revista Season

Responda rápido: quem deve tomar a iniciativa no jogo da sedução? Se você pensou em responder que esse papel cabe exclusivamente ao homem, está na hora de rever seus conceitos. Uma pesquisa divulgada pela rede social Badoo no final do ano passado revela que as mulheres estão longe do padrão “moças de boa família esperam sentadas”. Do universo pesquisado, 52% das mulheres admitiram tomar frente ao jogo da sedução, mesmo pessoalmente.

Sim, nada de muito alarde. Os tabus permanecem por todos os cantos do País e quem confirma isso é a empresária do ramo de lingeries e acessórios sensuais, Fernanda Senna. Por outro lado, ela também vê que as mulheres, em geral, têm buscado com mais frequência satisfazer os próprios desejos. E mais: elas também têm conversado mais sobre o assunto. As mineiras não fogem dessa realidade.

A mulher nos dias atuais

Vale lembrar, entretanto, que a sedução nem sempre está associada a atitudes, roupas ou acessórios provocantes, e nem precisa estar ligada ao contexto sexual. Apesar de mais simples e cotidiano que possa parecer, o jogo da sedução requer condições e cuidados específicos. “Todo ser humano tem a capacidade de seduzir, mas para isso é fundamental estar de bem consigo e respeitar suas características”, afirma Fernanda. Não há regra: um comportamento ou atitude que parece sedutor para uma determinada pessoa, pode ter efeito contrário em outra pessoa, de personalidade diferente.

Apesar da liberdade conquistada pelas mulheres, o tema ainda envolve certos tabus aqui ou em qualquer outro estado brasileiro. “Conversando com proprietárias de lojas do ramo de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e outros estados, percebemos que os tabus são muito parecidos. Boa parte deles está relacionada à insegurança da mulher sobre a forma como uma determinada atitude será interpretada pelo parceiro”, comenta Fernanda.

De acordo com a sexóloga Sônia Eustáquia, essa insegurança por parte da mulher é resultado de um processo histórico: “Culturalmente, a sedução masculina sempre foi mais explícita que a da mulher”. Apesar disso, ela confirma a conquista gradativa do espaço pelas mulheres e a mudança nos paradigmas. “Desejar fazer sexo é natural e humano. A ideia de que o desejo é algo feio ou imoral advém de uma sociedade baseada no maniqueísmo, na separação simplista de pureza e impureza, bom e mau, céu e inferno, que não representa a realidade humana”, explica.

A correria da rotina atual pode ser um dificultador, de acordo com a sexóloga. “A mulher contemporânea quase não tem tempo, trabalha, estuda, cuida do filho e da casa, e a sedução requer tempo e determinada atenção”, explica. Para driblar a rotina, a empresária Fernanda Senna aconselha: separar pelo menos uma pequena parte do dia para criar um momento especial faz toda a diferença. “A dica principal é não esperar somente as datas comemorativas para criar um momento a dois. O ideal é ter todos os dias um pequeno momento especial”, finaliza.

(Veja a entrevista na íntegra na edição 21 da Revista Season)

Fonte: Revista Season – Um jogo muito particular

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