Obsessão por músculos

Obsessão por músculos

bem-estar1Vida saudável ou distorção da autoimagem? – Fotos divulgação
 

Obsessão por músculos

 

O culto da sociedade atual por um padrão de beleza inflexível dispara um alerta: é preciso estar atento à linha tênue que separa a busca por uma vida saudável de uma dependência de treinos e suplementação ocasionada pela distorção da autoimagem

 

Quantas pessoas você conhece que frequentam uma academia? Muito provavelmente, o número é bem maior do que há dez anos. Essa impressão de que muito mais pessoas estão em busca do corpo ideal e de uma vida saudável é ratificada pelas pesquisas. De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre 2007 e 2012 o número de academias teve um crescimento de 133%.Embora seja um cenário positivo – é inegável a importância da prática de exercícios físicos para a saúde –, um reverso da mesma moeda revela um perigo. A compulsão por malhar além do necessário e, muitas vezes, até extrapolar os limites do corpo, pode indicar vigorexia. “Trata-se de uma alteração no comportamento que se enquadra entre os transtornos dismórficos corporais, caracterizando-se pela distorção da autoimagem. Frequentemente as pessoas que sofrem de vigorexia se descrevem como fracas, pequenas, mesmo tendo desenvolvido musculatura acima da média”, explica a psicóloga Sônia Eustáquia.

bem-estar2A prática de exercícios físicos requer equilíbrio entre corpo e mente
 

Diante dessa obsessão por um corpo musculoso, a pessoa acaba desenvolvendo a dependência pelo exercício físico e, em alguns casos, praticando dietas comprometedoras e o uso de esteroides anabolizantes. De acordo com Sônia, esta dependência é sintomática. “O vigoréxico fica muito ansioso, resultado do uso dos anabolizantes ou da falta de algo para a sua dieta específica de criar músculos. Existe também a sensação de angústia quando não pode ir à academia, já que após os exercícios sente a euforia produzida pela endorfina.

 

Não posso deixar de citar outros sintomas como cansaço, inapetência, insônia, ritmo cardíaco alterado, dores musculares, tremores, queda no desempenho sexual, irritabilidade, depressão, ansiedade e desinteresse por atividades que não estejam ligadas ao treinamento intensivo”, aponta a psicóloga. Ela alerta que é fundamental estar atento a tais sintomas, uma vez que, como em todos os tipos de dependência, eles podem desencadear outras patologias que podem levar até à morte.Embora seja um diagnóstico recente, ainda não descrito nos manuais psiquiátricos, Sônia observa que um tratamento multidisciplinar pode ser muito eficiente nesses casos. “O tratamento deve envolver médico, psicoterapeuta, nutricionista, preparador físico e professores de educação física. A pessoa não precisa abandonar totalmente a prática de exercícios, mas o treinamento deve ser orientado por profissionais com experiência na área. A neurociência pode auxiliar na orientação de uma intervenção terapêutica mais pontual para o paciente identificar as distorções do comportamento e restaurar a autoimagem e a autoconfiança.

 

Na sequência, deve fazer um tratamento psicanalítico”, enumera a psicóloga, que faz questão de alertar que uma das causas da vigorexia é o culto da sociedade atual por um padrão de corpo belo e sadio. “É o desejo de conseguir este corpo dentro dos padrões com a máxima eficiência e de maneira rápida que leva a pessoa a mudar o comportamento para se sentir inserido socialmente”, encerra Sônia.

 

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