A masturbação feminina ainda é considerada um tabu. Porém Sônia Eustáquia afirma que hoje menos do que antigamente, já que naquela época ela era ligada ao pecado ou à alguma conduta muito feia e desrespeitosa . A prática da sexualidade requer, muita privacidade e isso às vezes fica difícil, principalmente se a mulher divide o quarto com as irmãs ou outras pessoas. O tom proibido e privado também dificulta as pesquisas sobre o assunto, quase ninguém gosta de falar de sua sexualidade porque pode ser confundido com algo profano.
Existem linhas de pensamento que defendem a prática da masturbação como prejudicial à vida conjugal futura, dizendo que quando uma jovem é acostumada à rápida satisfação sexual por meio da masturbação, acaba por desconsiderar egoisticamente, as necessidades de satisfação sexual do seu parceiro, podendo gerar problemas no seu relacionamento sexual e afetivo.
Tenho observado na clínica, que o vício pela masturbação em detrimento de uma relação sexual comum com um homem, pode constituir um problema psicológico mais sério, por exemplo, quando ela se torna compulsiva, como uma mera busca ocasional de alívio da ansiedade ou da tensão e principalmente quando unida à outros sintomas . O prazer orgástico como válvula de escape da realidade (ansiedades e depressões), pode tornar-se uma dependência psicológica ruim, e que produz sofrimento posterior ao ato. Nestes casos, a pessoa deverá procurar um acompanhamento psicológico, identificar as causas do seu comportamento e, depois, lidar com elas.
Quase sempre a mulher que não conhece seu corpo apresenta dificuldade orgástica, justamente porque não conhece os caminhos ou percursos do corpo. O diálogo aberto com o médico ou sexólogo pode melhorar a situação. Procurar ler e entender os mecanismos que envolvem as fases de uma relação sexual também pode ajudar.
Existe uma cultura milenar que libera o homem para a sexualidade e reprime a mulher. Eu considero que a principal responsável por essa repressão até hoje seja a própria mulher, que teme ser mal vista pela sociedade se defender a igualdade com os homens.
O autoconhecimento do corpo é o principal fator para a facilitação orgástica e quando uma mulher sente orgasmo ela fica mais propensa a ter desejos e excitações frequentes.
Portanto, tudo começa com o autoconhecimento do corpo e a masturbação é a primeira conduta facilitadora. E a masturbação pode facilitar o orgasmo.
Nada irá acontecer se a mulher não quiser, porém, a partir do momento que aceitar, ela pode começar com um relaxamento corporal, um filme ou leitura erótica, uma camisola levinha sobre a pele, uma música e então iniciar a carícia em si mesma. Deve dar privilégio aos seios e as regiões genitais principalmente ao clitóris. Pode usar um gel ou cremes de massagem. Nunca deve tentar introduzir dedos ou objetos na vagina, porque pode doer e interromper a excitação.