Discriminação Racial

Os valores de uma cultura ficam impregnados nas pessoas durante séculos. A história nos mostra isso a todo tempo. As pessoas nos Estados Unidos, por exemplo, valorizam a raça ao contrário do Brasil, onde a classe social é mais valorizada. Uma pessoa mestiça (o moreno ou mulato) lá nos Estados Unidos se vê e se sente negro, e é ele mesmo que escolhe se casar com uma pessoa de sua raça negra. Lá ainda existe o preconceito de raça, aqui há o preconceito de classe. Esses preconceitos estão intimamente ligados, pois os negros foram por muitos séculos considerados como indivíduos de posição social inferior. Então há uma coincidência entre posição social inferior e a cor ou raça negra. Aqui as classes altas evitam casar-se com as classes baixas, procurando ainda, selecionar suas relações sociais e isso também é pré-conceito.

Muitos acreditam que os brancos são diferentes dos negros. E sim, há diferenças entre negros e brancos, homens e mulheres, e isso não é um problema. O desejável é que sejamos todos iguais perante a lei, mas diferentes na vida, do ponto de vista da subjetividade. Não existe uma pessoa igual a outra. Os brancos se vêm privilegiados em relação aos negros, porque foram e até hoje são “socialmente diferentes” ou privilegiados mesmo. Você pode observar que nas escolas públicas, há mais negros e mestiços do que brancos. E às vezes é difícil ver uma criança ou adolescente negro em uma escola particular. Os negros só tinham importância social em sua terra. Quando escravizados na Europa, Estados Unidos, e Brasil, eram tratados como meras mercadorias de pouco valor. Em 1834 houve a abolição na Inglaterra, nos Estados Unidos em 1865, no Brasil em 1888, portanto, aqui, só há 123 anos. É pouco tempo para uma consciência profunda de igualdade. Para compreender o preconceito é preciso situá-lo no contexto histórico, geográfico e em alguns casos no contexto religioso.

O Casamento

Cada casamento é um casamento, e por isso, ele já é diferente se comparado a outro casamento, independente de raça ou cor. Nem sempre ser de outra raça traz diferenças de modo ser e viver a vida. Nesses casos não existe motivos que trazem algum conflito diferente dos conflitos de um casal da mesma raça.

Os conflitos existem nos casamentos independentes da raça. Às vezes eles são mais comuns quando há diferença de classe social ou intelectual ou mesmo de idade. Mas o conflito por causa da cor ou raça não há. Para isso existiu a fase do namoro, onde o casal teve oportunidade de se conhecer melhor em seus valores.

21 de março de 1960

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, “para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *