Compulsão – vídeos pornográficos

A compulsão por alguma coisa, como comprar, comer, ficar jogando na internet dentre outras nos parece bastante familiar. Sempre tem alguém dizendo que compra ou come muito quando está ansioso ou que o filho não sai da frente do computador. O que poucas pessoas sabem, é que existe outro tipo de compulsão: ver sites pornográficos e só querer fazer contato sexual de maneira virtual. Essa pode ser uma doença dos tempos atuais.

A preferência de uma pessoa em fazer sexo utilizando sites pornográficos pode ser considerada uma dependência enquadrada em uma nova patologia no campo das dependências ou compulsões determinada por razões culturais. A sexóloga Sônia Eustáquia cita um paciente que não conseguia mais ter relações normais com a namorada. Ele adquiriu um sintoma de uma patologia já classificada anteriormente, que todo mundo já viu alguém sofrendo ou pelo menos já ouviu falar; o transtorno do controle de impulsos. Só que o sintoma principal estava relacionado à sexualidade e com a presença da tecnologia. Sem o computador ele não era capaz de estabelecer fantasias para a masturbação e o que mais o incomodou foi fracassar na ereção quando queria ter uma relação sexual normal com a sua namorada.

Dentro das dependências sem substância que podem ser comparadas a comportamentos compulsivos, a única reconhecida nas classificações oficiais (CID-10 e DSM-IV) é o Jogo Patológico. Entretanto, o uso por Compulsão da Internet, bem como qualquer excesso, como o Sexo compulsivo, está incluído nos Transtornos do Controle de Impulsos. São quadros que devem ser mais bem estudados, por causa das importantes implicações na vida cotidiana e sexual da pessoa.  Então se alguém perceber o problema, é bom que procure ajuda profissional e no caso, é melhor que seja um especialista em sexualidade humana.

O perfil de pessoa que possui mais tendência a esse tipo de compulsão é o solitário. São comuns os traços de introversão como a timidez e também de tendência à compulsão ou vícios. O comportamento da pessoa muda após a compulsão. O principal sinal é marcado pela pouca ou quase nada necessidade de socialização. O garoto ou garota não gosta mais de reunir-se com amigos, ir às festas etc, privilegiando ficar em casa frente ao computador.

Sônia define o dependente como a pessoa que se utiliza exclusivamente da Internet para conseguir ter desejo, ereção e orgasmo, gerando uma distorção de seus objetivos afetivos sexuais.  Se uma pessoa não consegue ter uma relação sexual com outra, e só consegue prazer dessa forma, ou seja, masturbando-se durante ou depois do vídeo pornográfico, podemos considerar a dependência. Mesmo assim, não está claro se a compulsão à Internet deva ser considerada uma patologia própria ou se ela representa apenas um sintoma de algum outro estado emocional subjacente. Na verdade em um processo de psicoterapêutico, podemos perceber que a compulsão a internet não está isolada de outras patologias.

Existe um ditado “a ocasião faz o ladrão”, e é isso: os pais podem monitorar os computadores que os filhos usam. Esse computador não deve acessar pornografia, deve ficar em local visível. A pior coisa que se pode fazer é deixar que o adolescente fique fechado no quarto  por muito tempo usando o computador . Esse computador também pode ser compartilhado com mais pessoas da família. É só pensar em fornecer o mínimo de possibilidades no uso indiscriminado do computador.

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