Autoestima é a capacidade pessoal e intransferível de se sentir mais ou menos feliz. Isso vai depender do grau de maturidade e de equilíbrio emocional. As pessoas que confiam em si mesmas e nas suas capacidades, conscientes e inconscientes, superam, com mais facilidade, os obstáculos e frustrações da vida diária, incluindo os relacionados à sexualidade.
Por isso, podemos dizer que a autoestima é o potencial de saúde mental da pessoa, já que está relacionada a essa capacidade de lidar, de viver o luto e de sair dele em situações de medo, de fracasso, de abandono e/ou de desamparo. Para a psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia “o que vai determinar as reações, que são tão particulares, é a estrutura de ego de cada indivíduo e esse arcabouço é formado desde muito cedo, durante o processo de desenvolvimento infantil; além de, ao longo da vida, sofrer influências do meio social”.
A autoestima de uma pessoa interfere muito nos relacionamentos humanos. Quando ela é boa, a pessoa é mais leve, mais aberta ao diálogo e menos suscetível à crítica do outro. Dificilmente ela se ofende durante um desentendimento e um simples pedido de desculpa é capaz de resolver um conflito. A pessoa não arrasta problemas. Além disso, quem tem uma autoestima elevada também sai mais rápido do sofrimento gerado por um término de namoro.
Para Sônia Eustáquia, é em situações que nos deixam impotentes que se verifica o real equilíbrio emocional ou autoestima de uma pessoa. “Perder é sempre muito difícil. Mas quem tem boa autoestima vai concentrar os esforços em situações positivas enquanto o que tem baixa autoestima concentra as sensações só na dor e por muito tempo”, diz.
Num casamento é comum que um tenha uma boa autoestima e o outro não. Inclusive, quando existem desentendimentos é geralmente o que tem melhor autoestima que busca uma solução. Parceiros com autoestima mais elevada possuem uma dose maior de compreensão, de estímulo, de alegria e leveza.
Mas, quem não tem boa autoestima pode vir a ter. Para a sexóloga, não adianta livros de autoajuda. Só mesmo as intervenções psicoterapêuticas e a maturidade da pessoa, que reconhece intimamente a formação de certos padrões de comportamento prejudiciais e anseia por mudanças, é que poderão interromper esse processo de repetição e, consequentemente, melhorar a autoestima. “A pessoa deve manter a consciência de suas qualidades e ter a capacidade de seguir em frente, essa parece ser a receita perfeita”, afirma Sônia Eustáquia.