As crises em nossas vidas

As crises em nossas vidas

Afinal, porque uma crise na economia, na política ou na vida amorosa, afeta tanto as pessoas? Sabemos que toda crise é passageira, porque do contrário não se denominaria “crise” e sim uma mudança definitiva. Mesmo tendo caráter temporário ela é capaz de desestabilizar todos os seguimentos sociais e principalmente o emocional das pessoas.

A insegurança o pessimismo e o medo são potencializados em crises econômicas. O aspecto emocional tem uma influência enorme nas finanças, pois, as pessoas afetadas pela possibilidade de perdas e empobrecimento, sentem-se desamparadas e por isso “fazem” um monte de sintomas e de quadros patogênicos. Os mais graves são as doenças psicossomáticas, a depressão e uma gama enorme de sintomas na linha da ansiedade, como o transtorno de pânico, as fobias e ansiedade generalizada. Um quadro menos grave, mas também muito sofrido é o que engloba os sintomas produzidos pelo rebaixamento da autoestima; pois sujeitos a ela as pessoas sentem-se incapazes e medrosas nas tomadas de decisões, aspecto importante aos profissionais liberais e empresários que ficam incapazes de uma boa produção.

A má economia de um país é suscetível às variações emocionais coletivas levando uma população a se sentir pessimista e fraca e com o ânimo reduzido para o consumo. Sem consumo não há produção e se não há produção não há trabalho e renda. Esse círculo vicioso só é interrompido quando encontramos líderes carismáticos, competentes e com boas ideias para fazer a gestão da crise. Como o mundo se tornou globalizado, o estado emocional de uma nação influencia e gera um desconforto emocional também global o que piora a situação do adoecimento psíquico como um todo.  Da economia doméstica à macro economia, basta uma notícia ruim para que a bolsa caia, e basta uma notícia boa para que ela suba.

Não sendo especialista em política econômica, me coloco de maneira simples, mas posso dizer que quando o povo está mais otimista e confiante, o consumo aumenta, movimentando a economia e em consequência a prosperidade na sociedade. Mas, também ocorre o oposto quando a população está pessimista, o consumo cai, gerando uma série de transtornos na vida prática e emocional das pessoas.

Se é crise, vai passar, isso é fato. Entretanto, deixa marcas e cicatrizes que podem ser profundas. Por exemplo, um pai de família que perde o emprego, perde junto, muito da sua autoestima e esperança, se tornando uma pessoa insegura e amarga. Com esse estado emocional ele terá dificuldades nas entrevistas e testes para um novo emprego, aumentando assim a probabilidade de ficar a cada dia, mais distante do mundo competitivo. Excluído, ele se sentirá deprimido e desvalorizado, além é claro, de ter perdas em sua credibilidade pessoal e social.

Possíveis saídas

Pode parecer fútil ou irresponsável, nomear aqui algumas receitinhas prontas e paliativas para tapear a tristeza em que a população se encontra, entretanto, como sabemos que não há seleção natural Darwiniana, onde certamente os mais fracos se sucumbiriam à morte, temos que dar um jeito de viver e de preferencia, feliz, mesmo imersos na crise.

Que tal pensar em ir ao cinema e assistir “ Divertidamente”, filme interessantíssimo e que ganhou essa maravilhosa versão brasileira do seu título em Inglês, “Inside Out”, que não chega a ser tão feliz quanto a nossa tradução. É bom saber, que essa produção da Disney é capaz de nos hipnotizar e nos conduzir para um mundo encantado; o da nossa própria mente, de maneira divertida e pedagógica. Você pode divertir e aprender muito sobre as próprias emoções.

O filme conta a história de uma garotinha de 11 anos, Riley, que se muda de cidade com seus pais e vive uma “crise”. Podemos aprender com ela a enfrentar mudanças importantes em nossas vidas. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça muito para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela, a alegria e a Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle e, enquanto isto não acontece, a vida da garota muda radicalmente. À exemplo de Riley, também podemos aprender a nos adaptar às crises.

Uma boa alternativa também, pode ser a de mudar de cenário sem gastar dinheiro,  e divertir. Quem sabe, reunir os amigos e filhos e fazer um picnic, no Parque Mangabeiras, ou tomar um banho em uma cachoeira por perto. Não temos aqui um Rio Sena, com o seu charme, onde o Parisiense mesmo sem crise, faz seus picnics regados a um bom vinho a suas margens. Nós podemos “colocar” chame em nossos inúmeros museus, quase nunca visitados e pequenas praças e parques. Conhecer cada um, valorizar e desfrutar.

Mergulhados na realidade atual, não precisamos “fingir ser feliz” podemos estar conscientes e ter boas saídas nos permitindo alguma felicidade. Pois a felicidade é um estado ténue de paz e bem estar, dentro de nós mesmos.

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