Alzheimer

 

NEUROPSICOLOGIA

Flordisa Estanislau Alves

Psicóloga, Especialista em Neuropsicologia.

Faz parte da Equipe de Sônia Eustáquia.

20/04/2015

O QUE VOCÊ DESCONHECE SOBRE O ALZHEIMER.

É do conhecimento de todos que o avanço da idade traz limitações e exige cuidados. Um corpo mais amadurecido vai se desgastando naturalmente. O esquecimento, tão habitual com o passar da idade, deve ser observado com atenção. A perda de memória é um dos principais sintomas da doença de Alzheimer (DA). É muito comum confundi-la com envelhecimento normal, o esperado na velhice, por isso, muitos demoram em buscar um diagnóstico preciso e especializado. A DA ficou conhecida antigamente como “esclerose” ou “caduquice”.

Mas o que é, de fato, o Alzheimer? Segundo Maria Leitão Bessa, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), explica que a doença começa como uma demência ou perda das funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem) causadas pela morte de células cerebrais. “Quando diagnosticada no início, é possível tornar seu progresso mais lento e ter maior controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família”. Todos os cuidados, além do zelo, devem ser oferecidos aos pacientes para retardar o avanço da doença.

O diagnóstico é clínico e são feitos exames laboratoriais e de imagem, como tomografia ou ressonância magnética do crânio. Uma avaliação neuropsicológica e das funções cognitivas, além de testes para avaliar o grau de atenção e concentração. A avaliação explica as perdas na capacidade de aprendizado, na velocidade do processo mental e das habilidades visuoespaciais também são observados. Memória prospectiva, que é a habilidade para lembrar-se de executar intenções, também é afetada. Em uma avaliação neuropsicológica é necessário identificar os prejuízos na memória de trabalho, planejamento e fluência verbal, atenção dividida entre outras.

A maior parte das pessoas acometidas pela DA são idosas. O envelhecimento é fator de risco mais conhecido junto com a genética e importante, mas não o único. Medicamentos diversos, trauma craniano, estilo de vida estresse, infecções, doenças imunológicas, câncer, altos níveis de colesterol e de homocisteína, obesidade e diabetes também são fatores de risco.

Mas a DA não é exclusividade dos mais velhos, o britânico Chris Graham de 39 anos, foi diagnosticado com início precoce de Alzheimer em 2010, doença que tirou a vida de seu pai, tia, primo e avô em seus 43 anos. Seu irmão de 43 anos também está vivendo com esta forma rara e hereditária da DA e está em uma casa de repouso. Em entrevista ao site de notícias BBC, ele diz que herdou uma mutação genética do pai. “De certa forma, fiquei aliviado. Ninguém sabe quando vai morrer. Poderia ficar triste ou obcecado com isso, mas vejo como um bônus: vou planejar as coisas para que possa realiza-las”.

O ex-lutador de boxe Adilson Maguila, de 56 anos, foi diagnosticado com DA há pouco mais de quatro anos e conta “ A luta só para quando a gente morre. Quero viver muito. No céu, Deus está vendo. Campeão é campeão e não para de lutar. Não teve nenhuma luta que eu fiquei com medo. Sempre lutei com coragem.” Neste caso levanta a hipótese de ser devido aos golpes sofridos na região da cabeça durante sua vida como boxeador profissional, mas relatou que sua mãe foi diagnosticada com a DA.

A presidente da ABRAz ressalta que a expectativa de vida da população tem aumentado nos últimos anos, e a medida que cresce o número de pessoas acima de 60 anos, cresce também a prevalência de demências. “Precisamos sensibilizar a sociedade para a necessidade de identificar a doença em tempo hábil”. Isso possibilita cuidar melhor dos pacientes e de seus familiares, buscando maior tempo de vida com a interação familiar e social.

Exercícios e atividades mentais frequentes, como leitura, podem contribuir para a prevenção da doença. Especialistas Neuropsicológicos explicam que o bom nível de escolaridade está relacionado ao menor risco de incidência do Alzheimer.

Estude e sempre aprenda algo novo, procure reduzir o estresse, pois ele prejudica a saúde do cérebro.

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