Os aspectos essenciais do Transtorno de Pânico são caracterizados por ataques recorrentes de ansiedade grave (pânico) que não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular, sendo, portanto, imprevisíveis e sem perigo objetivo.
Todo organismo normal tem um sistema de “alerta”, um conjunto de mecanismos físicos e mentais que permitem à pessoa reagir a uma ameaça de perigo eminente e real. No caso de quem sofre de Transtorno de Pânico, esse mecanismo dispara desnecessariamente e em momentos imprevisíveis.
O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação entre os neurônios (células do sistema nervoso). Essas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de um organismo. Um desequilíbrio na produção desses neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Em uma crise de pânico é exatamente isto que acontece: uma informação incorreta alerta e prepara o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existem.
Qual é a Diferença Entre Crise de Ansiedade e Crise de Pânico?
Até 1980 não havia um diagnóstico diferenciado para esse mal. A partir dessa data o Transtorno de Pânico recebeu uma classificação específica no conjunto das neuroses de ansiedade. Além da classificação recebeu também uma descrição para a melhor compreensão dos profissionais da saúde. Médicos e psicólogos puderam diagnosticar e tratar o transtorno com mais eficácia bem como orientar melhor seus pacientes. Mesmo assim ainda existem pessoas que sofrem desse mal, e ainda não receberam diagnóstico preciso. Costumam fazer uma verdadeira via crucis por diversos especialistas, que, após uma grande quantidade de exames clínicos e laboratoriais, dão o diagnóstico do NADA, o que aumenta a insegurança e o desespero. A situação pode se tornar mais dramática quando reduzida a termos evasivos, tais como estafa, nervosismo, estresse, fraqueza emocional ou “problemas de cabeça”. Isso cria a impressão de que não há problema de fato e consequentemente não há o que ser tratado.
Assim como em outros transtornos de ansiedade, os sintomas dominantes variam de pessoa para pessoa; porém, os mais comuns durante as crises ou ataques são: tensão muscular, palpitações (o coração dispara), dor no peito, tontura, náuseas, atordoamento, dificuldade de respirar, calafrios, ondas de calor, sudorese, boca seca, sensação de estar sonhando ou distorções da realidade, confusão, pensamento rápido, terror ou sensação de que algo horrível está prestes a acontecer e de impotência para evitar tal acontecimento. Há também um medo secundário de morrer, perder o controle ou ficar louco.
Os ataques individuais usualmente duram apenas minutos, mas, às vezes, são mais prolongados e tem frequência muito variável. Uma pessoa em um ataque de pânico normalmente experimenta um crescente medo e muitos dos sintomas citados, o que resulta em saída apressada de onde quer que ela esteja. Se isso ocorre numa situação específica, tal como em um ônibus ou multidão, ela pode evitar a situação. Caso contrário terá que sofrer com os sintomas ou conviver com eles.