Como reagir diante de uma traição?

Para especialista, a traição nem sempre tem uma motivação em especial para ocorrer e que não existe uma receita para evitar que o relacionamento acabe por esse motivo, mas algumas atitudes podem ser tomadas.

A infidelidade é uma questão que permeia os relacionamentos e assusta muitas pessoas e é indiscutível que a deslealdade abala o casal. Como reagir diante dela? Traição tem perdão? São questões nada simples de desenvolver, por causa da singularidade de cada caso. De acordo com a psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia, a traição nem sempre tem uma motivação em especial para ocorrer. “É uma pulsão ou instinto natural sentir desejo por outras pessoas. Mas, deixar-se levar pelo sistema de recompensa que é imediatista e não saber adiar o prazer por um algo maior e duradouro que torna-se um problema”.

Entretanto, a fidelidade é uma condição acordada entre o casal, da pessoa consigo mesma ou uma convicção, e não uma coisa espontânea, algo que as pessoas já nasçam com ela.  “A realidade é que nossa capacidade de desejar sexualmente uma pessoa independe de estarmos apaixonados por uma pessoa ou não ou de termos uma vida sexual satisfatória com o parceiro (a) escolhido (a). Tudo vai depender do fator lealdade e convicção no que foi combinado consigo mesmo ou a dois”, explicou a psicóloga.

Ainda de acordo com a especialista, não existe uma receita para evitar que o relacionamento acabe em traição, mas algumas atitudes podem ser tomadas. “Trair pode ser inerente da pessoa e nada pode mudar isso. Tudo que o cônjuge fizer vai ser em vão. Agora, podemos pensar em nutrir bem uma relação para que ela não fique vulnerável a traições ou outros desgastes”.

Diferença entre homens e mulheres

Muitas vezes ouvimos dizer que relações extraconjugais podem reacender a chama da relação, mas não é bem isso que acontece, principalmente se tratando de pessoas com estrutura de personalidade comum ou normal. “Para que uma traição possa reacender alguma paixão a pessoa traída tem que ter uma personalidade com traços bem anormais. O Jung dizia que a possibilidade da triangulação ajudava o “frisson” ou o desejo sexual de uma pessoa pela outra, e assim manter acesa a chama da paixão e do interesse sexual pela outra. Essa fala do Jung, não inclui o ato, é apenas a fantasia da possibilidade”, explicou Sônia.

A psicóloga conta ainda que na prática existe uma diferença entre homem e mulher quando o assunto é traição. “O homem é mais externo em tudo, até nos órgãos genitais; e a mulher é mais interiorizada, inclusive nos genitais. O homem quando tem relações extraconjugais é capaz de não se envolver emocionalmente, é sexo pelo sexo, e por isso, até acha que não traiu. Quase sempre diz ter sido uma aventura, o que é diferente de um envolvimento afetivo, o que representaria uma traição de fato. A mulher, quase sempre tem que se envolver sentimentalmente, para depois ter uma relação sexual”.

Poli amor

Atualmente, vemos muitos casos fora do padrão comum de relacionamento, o chamado “poli amor”. Para Sônia, o sentimento de estarem “vivendo perigosamente”, a adrenalina é que geralmente predomina nesses casos. “Às vezes um homem ama a esposa, mas também gosta de uma outra pessoa, ou apenas, gosta de fazer amor com outra. Se não há uma obediência cega ao princípio do prazer essa pessoa fica com os dois prazeres”.

 

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