Psicóloga explica a diferença entre ideologia, identidade e gênero.
A ideologia de gênero tem sido uma expressão muito utilizada pela sociedade atual para falar da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os defensores desta “ideologia”, não existe apenas o Gênero “masculino” e “feminino”, mas um espectro que pode ser livremente escolhido pelo indivíduo.
Segundo a psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia, a palavra gênero costuma ser interpretada como sinônimo do sexo atribuído, ou seja, correspondente ao órgão sexual que o indivíduo nasceu (pênis é masculino, vagina é feminino). Mas, de acordo com a identidade de gênero, o fato de determinada pessoa ter nascido com o órgão sexual masculino, não faz com que esta se identifique obrigatoriamente como um homem. “Essa convicção pode não corresponder ao sexo biológico da pessoa. A identidade de gênero é estabelecida na primeira infância e o papel do gênero é definido culturalmente”.
Ainda de acordo com a especialista, tanto a ciência biológica quanto a ciência social buscam explicar a identidade de gênero. “A ciências biológicas vão apontar fatores genéticos, hereditários e o funcionamento hormonal na gestação, como volume do hipotálamo e etc. Já as ciências sociais, isso varia de cultura para cultura, e combina vários fatores como, por exemplo, a aprendizagem dos indivíduos e o que a sociedade espera dele”, completou.
Para a psicologia/psicanálise
A psicologia tem uma explicação mais vasta sobre essa questão de gênero. “A psicologia e principalmente a psicanálise dão ênfase ao ambiente familiar, a presença ou ausência das figuras parentais. Podemos pensar também, que isso se dá através de experiências cumulativas de vida”, disse Sônia.
Podemos dizer, assim, que são os pais os responsáveis, por esses sentimentos de ser homem ou de ser mulher, que todos nós sentimos desde pequenos. A identidade de gênero é o modo como a pessoa se sente. Masculina ou feminina, independente de seu sexo biológico.
Preocupação dos pais
Existe uma preocupação de alguns pais quanto ao filho se tornar homossexual ou em ter problema com a sua identidade de gênero, mas o que poucos sabem é que alguns fatores contribuem para a formação dos gêneros. São eles:
- Extrema intimidade e aproximação mãe-filho;
- Mãe com sintoma de masculinidade, estimulando no filho, a feminilidade que não possui;
- Mãe com depressão crônica;
- Ausência física do marido ou ausência na presença;
- Marido passivo, sem afeto e desprezado pela mãe.
Contudo, todas as pessoas possuem elementos masculinos e femininos em sua personalidade. A ambivalência está presente também na sexualidade, isso é uma riqueza na construção da nossa personalidade e não é problema”, finalizou Sônia.