De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Segundo uma psicóloga, a doença pode desencadear uma série de conflitos emocionais.
O movimento Outubro Rosa, surgiu na década de 1990 para conscientizar e estimular a população feminina sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Embora nem sempre haja uma causa específica, existem fatores que estão ligados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença.
O Câncer de mama desencadeia uma série de conflitos emocionais, em que a morte e a perda da mama passam a representar uma ameaça constante para a vida da mulher acometida. “É importante destacar que cada mulher reage conforme a sua própria história de vida, ao contexto social, econômico e familiar de cada uma. A situação traz uma configuração de total falta de sentido para o próprio significado existencial do paciente”, explicou a psicóloga e sexóloga Sônia Eustáquia.
Ainda de acordo com a especialista, para que ela possa se organizar emocionalmente de novo, a paciente deve procurar ajuda psicoterapêutica. “Buscar novos sentidos de vida, diminuir as ansiedades, a insegurança e o medo frente à possibilidade da mutilação. Enfrentar o momento com o mínimo possível de desespero e sofrimento”.
Relações afetivas e sexuais
Normalmente as que tiveram a retirada do seio e posteriormente optaram pela prótese retomam as suas atividades de trabalho e familiar mais facilmente. Além disso, voltam a ter também as atividades sexuais, apesar da preocupação e ansiedade. Já as pacientes que não fazem uso da prótese ficam com o corpo mais marcado pela perda e isso pode atrasar a sua adaptação social e até mesmo o desejo e o prazer pelas práticas sexuais.
A prótese ajuda no corpo, mas não ajuda na cabeça. As mamas além de desempenharem um importante papel fisiológico, também representam em nossa cultura um símbolo de identificação da mulher e sua feminilidade expressa pelo erotismo, sensualidade e sexualidade. Segundo a psicóloga, para a mulher perder a mama significa para o emocional perder isso tudo. “É como se a mulher perdesse a sua identidade feminina e ficasse vazio o lugar”, disse Sônia.
Nessa situação, algumas mulheres valorizam a dimensão afetiva da sexualidade em suas formas de sedução, troca de carícias, cumplicidade, toque e etc. Outras sentem- se péssimas por não conseguir se relacionar com o parceiro e com o próprio corpo. “Para o parceiro a situação também é muito difícil e normalmente ele não sabe como agir. Ele pode ajudar acompanhando a sua mulher às consultas e tratamentos, respeitando a privacidade do corpo dela e se aproximar dessas mamas só quando solicitado. Tentar não fazer de conta que nada está acontecendo e encarar as conversas sobre o assunto. Ficar mais romântico, privilegiar os comportamentos românticos e sensuais que não levam em conta os seios, por exemplo”, indicou Sônia.