A felicidade, claro, não é uma aspiração apenas feminina. A possibilidade de uma vida perfeita faz sonhar e inquieta homens e mulheres. Mas, de alguma forma, e de maneira surpreendente, essa expectativa parece mais inalcançável para o sexo feminino de acordo com algumas pesquisas.
Será que a mulher espera mais da vida do que o homem? Será que a mulher tem conseguido equilibrar os seus vários papeis e assim, mesmo muito atarefada consegue ser feliz?
Mesmo depois de beneficiadas nas décadas passadas, pelo que chamamos de a mais vigorosa transformação da história recente – a mulher se emancipou da servidão doméstica, permitindo-se estudar, trabalhar e assumir funções públicas, antes reservadas aos homens e mesmo assim ainda sofrem com suas próprias dificuldades e contradições.
O resultado disso é que a palavra culpa ocupa um espaço desproporcional em suas vidas e atrapalha ainda mais a busca da felicidade.
Pesquisadores e profissionais de diversas áreas – dentro e fora do Brasil – para entender como as brasileiras de carne e osso, em sua enorme diversidade, podem ser mais felizes do que são, revelaram muitas coisas – como a relação surpreendente entre o poder das mulheres e a quantidade de sexo que elas praticam ou sobre o erro que o feminismo cometeu ao subordinar a maternidade à realização profissional. Mas nada se compara à experiência das próprias mulheres em organizar melhor suas vidas.
Desmistificando a felicidade
Para algumas a forma particular de felicidade é trabalhar muito, mesmo que isso signifique perder momentos preciosos ao lado dos filhos, marido e amigos.
Outras deixam a sua profissão para ser mãe em tempo integral e se descobrem em seu melhor papel.
Muitas se dividem entre o trabalho e o papel de mãe e companheira. Algumas não hesitam em deixar tudo para trás, nem que seja por algumas poucas horas, para praticar corrida ou simplesmente ficar sozinha.
Conheço algumas que descobriram uma liberdade com que nunca tinha sonhado ao romper com as pressões sociais para ficar solteira – e muito bem acompanhada dos amigos e dos parceiros que partilhem seus valores de vida, dos quais ela não abre mão por ninguém.
Para algumas a felicidade está em deixar o namorado a cargo da cozinha e do tanque, se necessário. Aquelas que têm muita exigência com o corpo como as modelos, por exemplo, conseguem transformar as exigências da profissão em relação a seu corpo numa forma de valorização.
Sabe que as horas diárias gastas na academia e as calorias economizadas ao se privar de uma sobremesa são formas de cuidar dela mesma numa vida corrida, em que divide as atenções entre o marido e filhos.
Sônia Eustáquia, baseada nos atendimentos com mulheres afirma:
“O principal é a necessidade de equilíbrio para ser capaz de lidar com os obstáculos impostos pelo cotidiano. Depois vem o amor.
A boa notícia é que atingi-lo não exige revoluções, apenas ajustes. Está no balanço diário das doses de estresse e riso, de família e trabalho.
Cada uma é detentora de um pequeno segredo para facilitar o malabarismo do dia a dia, afrouxar o cabo de guerra e domar o caos doméstico.
Os segredos das mulheres felizes, podem servir também ao homem moderno, que nasceu a partir da transformação do papel feminino nas últimas décadas. O perfil da nova mulher e do novo homem está sendo criado ao mesmo tempo”.