Quando a excitação chega a altos níveis, o orgasmo é inevitável. No homem, ele está associado ao fenômeno de expulsão do esperma, denominado ejaculação. Mas, quando a ejaculação ocorre de forma muito rápida, por ausência, constante ou intermitente, do controle voluntário, ela é chamada de Ejaculação Precoce ou Ejaculação Prematura e faz parte de um conjunto de distúrbios.
A Ejaculação Precoce é a mais frequente das disfunções sexuais e está presente em 30% da população masculina e em 50% das relações cotidianas de um casal.
Ela pode ser classificada em primária ou secundária, sendo que a primeira tem causas psicológicas e a segunda, é determinada por fatores orgânicos, que, por sua vez, acabam, também, por provocar consequências psíquicas.
A psicóloga clínica e sexóloga Sônia Eustáquia esclarece que é considerada prematura, a ejaculação que ocorre entre os primeiros 30 segundos até os 2 minutos de penetração. Quanto ao fator dos movimentos coitais, considera-se que uma relação sexual ideal deva ter pelo menos 15 movimentos. “Entendo que não existe um parâmetro absoluto. Na relação sexual, é essencial que se utilize um critério qualitativo, que valorize a interação entre os parceiros na busca do prazer”, afirmou Sônia.
Relação com a parceira
Caracterizada pela falta de autonomia sobre o ato de ejacular, a psicóloga garante que a Ejaculação Precoce preocupa o homem contemporâneo. “Eles temem não agradar a parceira, uma vez que as mulheres já conquistaram o direito a uma vida sexual prazerosa. Esse quadro disfuncional, muitas vezes, causa enorme sofrimento psicológico no homem e em sua parceira, porque ela também anseia por sentir e por dar prazer”.
Mas ela afirma que sendo a ejaculação um ato reflexo, portanto involuntário, o homem deve procurar exercer o controle de suas condições premonitórias, isto é, daqueles eventos e sensações que prenunciam uma “eminência ejaculatória”. “Trata-se de controle e de autonomia sobre o seu próprio corpo, domínio este que, nos casos de Ejaculação Precoce, é perdido, dando lugar à incerteza, à ansiedade e aos conflitos relacionais”, disse a sexóloga.
Causas e consequências emocionais
A especialista explica que as causas sempre envolvem um conjunto de acontecimentos, sensações e marcas emocionais, recentes ou com origem nas diversas fases do desenvolvimento infantil. “Existem autores que apontam a masturbação e relações apressadas como principais causas, sendo a Ejaculação Precoce a consequência de um hábito adquirido por aprendizagem inadequada”.
Além da ansiedade, comum em todas as disfunções, ela cita que a Ejaculação Precoce pode gerar outras consequências, como: a diminuição da autoestima, o sentimento de vergonha pela frustração repetida em não satisfazer a parceira, a esquiva do ato sexual ou, até mesmo, o aumento compulsivo de relações sexuais, na busca de compensação.
A Terapeuta acrescenta que nos casos mais graves, além do inevitável desgaste na relação afetiva do casal, o sentimento de tristeza e a insegurança podem difundir-se para outras áreas da sua vida, como o trabalho, a vida social e familiar. “Por fim, pode ocorrer, também, a somatização do problema, situação que pode levar, até mesmo, ao adoecimento do corpo. Por isso, a importância de buscar a ajuda de um especialista para conseguir reverter esse quadro”.