Pesquisas apontam que cerca de 90% do que foi planejado no ano novo não se torna realidade. O tempo vai passando e muitas metas vão sendo esquecidas ou empurradas para a lista de objetivos do ano seguinte. Acontece que muitos criam metas irreais ou que não foram pensadas passando por um critério primordial, o desejo.
O desejo é uma pulsão muito forte nascida no inconsciente e que munida das forças comportamentais da consciência, ganha uma energia para a ação. Ao contrário da vontade, que é mais mágica e impulsionada apenas pela necessidade de satisfação objetiva, o desejo é subjetivo e incitado por forças inconscientes. Por esse motivo, ele, muitas vezes “boicota” a realização das metas.
A pessoa, nesse caso, não sabe por que fracassou na intenção e perde a motivação para começar de novo, além é claro, de perder uma boa parte da autoestima.
O que fazer então? Primeiro é necessário estabelecer metas reais, que passem pelo desejo ou que sejam verdadeiramente importantes para você. Depois é necessário compreender que toda meta necessita de um caminho possível de realização. Por exemplo, quem quer emagrecer 10 quilos no ano, vai fazer dieta durante todo o ano e vai perder peso aos poucos. Por isso, é necessário paciência, humildade, calma e otimismo. Também é importante não ter pena de si mesmo.
Constantemente há uma briga dentro de nós, entre o princípio da realidade e o princípio do prazer; o tempo todo, e principalmente quando queremos alcançar metas mais ligadas ao princípio de realidade. Eu sempre falo que o caminho percorrido quase sempre não é prazeroso, o prazer estará no final, no objetivo realizado. Entretanto, quando conseguimos sentir prazer no caminho, tudo pode ficar mais fácil.
Atualmente não faltam vídeos, áudios e livros recheados de exercícios motivacionais, e quase todos dão receitas prontas e práticas de como alcançar metas. Na verdade são “dicas” que passam pela condição consciente do “aluno”, leitor ou ouvinte e que podem ajudar desde que não haja condições subjetivas e inconscientes que impeçam. Nos casos de “boicote” o melhor é procurar um profissional de saúde mental para ajudar a compreender o conflito e a resignificar o conteúdo inconsciente que está impedindo a realização das metas.