Neuras sexuais: como elas atrapalham a busca pelo prazer
Será se ele(a) vai gostar? Será que vai ser bom? Será que eu vou gostar? Perguntas como essas são comuns quando pensamos em sexo, tanto para homens, quanto para mulheres. Ambos possuem as mesmas inseguranças, mas, por incrível que pareça, a mulher ainda é mais preocupada, principalmente, por causa da ditadura da beleza do corpo, do medo de ser mal vista e julgada socialmente.
As preocupações das mulheres
A maior preocupação delas ainda costuma ser a aparência fisíca. As mulheres deixam de sentir prazer e não experimentam coisas novas, muitas vezes, por conta da estética. Elas acreditam que o homem vai reparar se o peito dela estiver caído de acordo com a posição, por exemplo.
No entanto, a opinião e julgamento do outro também são medos recorrentes entre as mulheres quando pensam em sugerir posições sexuais mais ousadas ou levar novidades para a cama. A questão da entrega no ato sexual ainda passa pelas repressões sociais e culturais. A educação recebida também interfere, fazendo com que haja uma repressão pessoal em determinados momentos.
Comparação
Casada ou solteira, as mulheres temem a comparação. É justamente a competição com um tipo ideal de beleza que impede muitas de se colocarem à vontade na hora de fazer sexo. Pensar-se mais feia inibe toda espontaneidade. Por isso, elas tendem a caprichar no visual e procuram estar sempre com um lingerie mais insinuante, por exemplo. Abusam ainda dos acessórios eróticos e creminhos pensando em agradar o outro.
No entanto, uma coisa é exibir o corpo e seduzir a partir dele, e outra é se despir completamente, tanto do corpo quanto da mente, na hora do sexo. A maior dificuldade da mulher não é a de se exibir fisicamente e seduzir, o medo é não satisfazer o parceiro, ou então frustrá-lo com o seu corpo.
O orgasmo
Apesar das mulheres estarem quebrando certas barreiras em relação à própria sexualidade com a finalidade de buscar o prazer, muitas ainda convivem com alguns receios na hora de fazer amor e pensam mais no outro do que nelas mesmas.
Grande parte delas dizem que curtem a relação mesmo quando não chegam ao orgasmo, afirmando que o principal é deixar o parceiro feliz. Esse tipo de fala carrega uma repressão velada, pois no fundo todas querem se completar como mulher, mas, sentem medo de reivindicar o próprio prazer. Elas se reprimem e não mostram ao parceiro o que é melhor para elas, não apontam a ele o melhor caminho das carícias e “pegadas” para que possam conseguir chegar ao orgasmo. As mulheres ainda precisam de muita orientação para se libertar de sentimentos impeditivos do prazer.
Os homens
Não são só elas que têm neuras e preocupações na hora do sexo. Os homens também estão mais exigentes com eles mesmos com relação a satisfazer a mulher na cama. Fazer com que ela goste de todas as formas possíveis os levou a se cuidarem mais, preocupando com o visual, a higiene e até mesmo de pormenores no toque e nas carícias, em função do prazer delas. Eles chegam a afirmar que o prazer deles se completa a partir do prazer dela.
Mas os medos deles não são apenas com a aparência e as carícias. Para os homens, “falhar” na hora H é o fim. A ejaculação precoce, por exemplo, tem sido o motivo de muitos homens procurarem sexólogos, estatisticamente mais até, que a disfunção erétil.
Os julgamentos e preconceitos sociais também atrapalham os homens na busca por prazer. A próstata é um ponto G ou região erógena para eles. A partir do momento que ele sente prazer através dessa prática e com uma pessoa do sexo oposto, não é considerado um homossexual. É um tabu que eles precisam quebrar.
A falta de desejo
A falta de desejo é uma disfunção que pode se transformar em um problema crônico. E sendo uma disfunção, ela tem tratamento e recuperação. Fatores emocionais e alterações hormonais – pós-parto, diabetes, uso de antidepressivos – podem ser responsáveis pela falta de libido. É impossível viver sem um pouco de estresse, por isso é importante procurar um especialista para se fazer um bom diagnóstico.
Para entender melhor a falta de desejo é necessário compreender que existem dois tipos de desejo: o espontâneo e o responsivo. O primeiro é o tesão que faz com que você procure o parceiro e o segundo é quando você não sente vontade de transar, mas se excita na medida que se envolve com as carícias e o jogo amoroso.
Com o passar do tempo, principalmente em casamentos, é normal se perder o desejo espontâneo, mas isso não significa que o desejo sexual acabou. Representa apenas que o casal terá que fazer um melhor investimento nas carícias e preliminares. Também é importante melhorar a relação num todo. Sair, dançar, fazer algum programa agradável juntos pode ajudar.
Dicas para as mulheres
Para as mulheres se conectarem ainda mais consigo mesmas e encontrarem o prazer, separei algumas dicas que podem ser colocadas em prática no dia-a-dia.
- Aproveite o banho para encontrar partes do seu corpo que dão prazer ao serem tocadas – e conte essas descobertas ao parceiro!
- Inclua o sexo no seu cotidiano. A vontade surge quando você pensa no assunto. Fazer isso mais vezes durante o dia certamente ajudará a recuperar a libido.
- Enquanto o homem é mais visual, a mulher gosta de ouvir palavras de carinho, de afeto e – por que não? – sedutoras também. Peça ao parceiro para sussurrar durante a relação.
- Procure alternativas de prazer sem chegar logo à penetração. Vocês podem explorar o corpo um do outro com massagens sensuais, toques diferentes e, inclusive, apostar na masturbação até que sua libido volte de vez!
- Não se importe com os padrões de beleza
- Seja bem espontânea na cama
- Mostre o que você tem de melhor! A visão é responsável pelo estímulo sexual do homem. Você não precisa ter um belo bumbum ou seios avantajados para impressioná-lo. Seu jeito de andar, falar e sorrir pode fazer com que ele sinta atração sexual por você. Homem gosta de mulher charmosa.
- Capriche bastante nas preliminares.
No fim, o importante, para todos, é ultrapassar todas essas barreiras e entender que o sexo é um encontro de sensações gostosas, de descobertas, fantasias e desejos.