A característica comum de quem sofre de um transtorno depressivo é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas (corpo) e cognitivas (capacidades cerebrais) que afetam significativamente a capacidade de funcionamento da pessoa. O que difere um tipo de depressão de outro, pois são vários; são os aspectos de duração, momento ou etiologia presumida. Na depressão, o existir é um fardo insuportável. Os pacientes costumam dizer: “A tristeza é tanta que acordo pela manhã e não encontro razão para levantar; só saio da cama porque permanecer deitado é ainda pior, eu sinto inveja das pessoas que vão para os seus trabalhos e dos burburinhos que vêm da rua”, queixam-se eles. Alguns ainda dizem: “me sinto um morto-vivo”.
Como funciona o Transtorno da Depressão
Depressão é maior do que uma tristeza que não tem fim é uma perda do sentido da vida, é sentir-se observando a sua própria desintegração de um mundo e uma vida possível. É um quadro muito diferente do entristecer passageiro ligado as frustrações do dia-a-dia da vida. É uma doença potencialmente grave que interfere com o sono, com a vontade de comer, com a vida sexual, com o trabalho, e que está associada a altos índices de mortalidade por complicações clínicas ou suicídio. É a mais comum de todas as enfermidades mentais que chegam aos consultórios de psiquiatria e de psicologia. Acomete mais as mulheres e quase sempre apresenta um caráter recorrente: depois do primeiro episódio, a probabilidade de ocorrer outro é de 50%; depois do segundo, sobe para 75%; e, depois do terceiro, para pelo menos 90%. Estima-se que o risco de desenvolver depressão, ao longo da vida, seja de 10% para os homens e de 20% para as mulheres. É mais frequente em países frios.
Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial, em algum momento da vida, sofreu de depressão. A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. Mas, também pode acometer crianças e adolescentes, onde os principais motivos são a separação dos pais, problemas na escola, sexualidade, rejeição e principalmente Bullying. A prevalência-ano para a depressão, é de 0,4 a 3,0% em crianças e de 3,3 a 12,4% em adolescentes.
O DSM-5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª. Edição, traz os transtornos depressivos especificados com a gravidade atual: leve, moderada, moderada –grave ou grave. Traz também a classificação de acordo com as características, que podem ser: com sintomas ansiosos; Com características mistas; Com características melancólicas; Com características atípicas; Com características psicóticas congruentes com o humor; Com características psicóticas incongruentes com o humor; Com catatonia; Com início no periparto e com padrão sazonal. Todas são classificadas por números e têm uma correspondência com a classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 que também carregam números em cada classificação.
É uma doença com causas controversa e multifatorial. Podem ser causadas por fatores psicossociais, biológicos, físicos produzidos por traumatismos e uso de drogas. Acredita-se que a genética, alimentação, estresse, estilo de vida, frustrações maciças no dia a dia, e outros fatores estão relacionados com o surgimento ou agravamento da doença.
Depressão, neuropsicologia e psiquiatria
Para a neuropsicologia e a psiquiatria a depressão é associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro e os principais medicamentos antidepressivos têm por função principal agir no restabelecimento dos níveis normais destas substâncias, principalmente a serotonina. A explicação mais aceita tem sido a de que no cérebro dos deprimidos haveria diminuição da produção de certos neurotransmissores (substâncias que agem na transmissão de sinais entre os neurônios), entre os quais a serotonina provavelmente exerceria papel preponderante.
Nos últimos dez anos, no entanto, a hipótese dos níveis inadequados de serotonina passou a ser cada vez mais contestada. O principal argumento contrário a ela foi o de que, embora concentrações diminuídas desse neurotransmissor tenham sido detectadas no sistema nervoso central de vítimas de tentativas violentas de suicídio, nunca foi possível demonstrar deficiência de serotonina no cérebro de pacientes deprimidos.
O fato é que, mesmo tomando a medicação fica um resquício de melancolia e tristeza que só a psicoterapia pode atender e curar.
Confirmando as ideias de Freud sobre a formação dos sintomas e da doença, pesquisadores da Universidade de Emery, em Atlanta, demonstraram a existência do estresse ou trauma, ser o principal causador da depressão. Situação de sofrimento emocional na vida infantil como a violência física, abuso sexual, ausência de cuidados maternos e outros tipos de estresse, traumas e recalcamentos emocionais podem conduzir à hipersecreção de CFR no hipotálamo, com consequente liberação de cortisol pelas suprarrenais, alterações que são associadas à depressão na vida adulta. Os pesquisadores concluíram que muitas das alterações neurobioquímicas encontradas na depressão do adulto, podem ser explicadas pela história de vida dele enquanto criança, na vivência sofrida, ou estresse, ocorrido em fases precoces da infância.
De fato, no estudo clínico conduzido em Atlanta, 45% dos adultos com quadros depressivos de pelos menos dois anos de duração havia sido abusado, negligenciado ou sofrido perda dos pais na infância.
O conhecimento da arquitetura dos circuitos cerebrais envolvidos na depressão adquirido nos últimos dez anos provocou uma explosão de ensaios terapêuticos com drogas dotadas de mecanismos de ação muito diferentes das atuais. Unir outras correntes de pensamento psicológico poderá “destravar” os saberes contidos numa única direção e juntos trabalhar em novas descobertas que revolucionarão o tratamento dessa enfermidade tão debilitante.
Sintomas da Depressão( de acordo com a CID-10)
De acordo com a CID-10, os sintomas depressivos podem ser divididos entre: cognitivos, fisiológicos e comportamentais.
Cognitivos
Humor deprimido: desânimo persistente, tristeza, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade, vazio, culpa ou/e irritabilidade; Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis; Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar, memorizar ou de tomar decisões; Ideação suicida.
Fisiológicos
Fadiga ou sensação de perda de energia; Alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também sonolência excessiva ou sono interrompido); Alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite); Redução do interesse e prazer sexual; Agitação motora, inquietude; Alterações dos rimos circadianos (dormir fora de hora).
Evidências comportamentais
Retraimento social (isolamento social); Chorar mais e com mais frequência; Comportamentos suicidas; Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora; Tentativa de suicídio. Comportamento auto-destrutivo (auto-mutilação).Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto “sem cores”, sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou “rabugento”, ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes “apáticos” do que tristes, referindo-se muitas vezes ao “sentimento da falta de sentimentos”. Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante.
Sintomas psicóticos
Os delírios depressivos incluem um sentimento excessivo e angustiante de culpa, de punição merecida, delírios de ruína (incluindo a sensação de estar apodrecendo, desintegrando ou sendo esmagado) e delírios niilistas (que podem configurar a síndrome de Cotard, quando incluem negação de órgãos e negação da morte). As alucinações congruentes com humor depressivo podem ser, por exemplo, de pessoas, espíritos ou vozes que condenam o paciente, ameaças de demônios ou choro de defuntos. É raro quando não são congruentes com a depressão e podem indicar a presença de um transtorno psicótico.
Tratamento de Depressão em BH
Se você está com depressão, não espere mais, venha se tratar. É importante fazer o tratamento e se libertar desse problema que pode vir a ser muito grave nas nossas vidas.
Agende uma consulta e venha conversar com a Sônia.