Sobre a Disfunção
A
Incapacidade Ejaculatória, também conhecida como Inibição Ejaculatória ou, ainda, como Ejaculação Retardada, é conceituada como a inibição específica do reflexo ejaculador, retardando a ejaculação ou tornando o ato difícil de acontecer (MASTERS, W. H. & JOHNSON, V. E., 1984).
Em geral, essa condição se limita à incapacidade de ejacular dentro da vagina, ocorrendo, normalmente, nos fenômenos masturbatórios.
Trata-se de um distúrbio raro que, segundo Masters e Johnson (1984), atinge 3,33% da população clínica. E, como especialista em sexualidade humana, afirmo que as formas clínicas mais brandas são, relativamente, as mais frequentes.
A Incapacidade Ejaculatória não tem relação com a
Insuficiência Erétil, uma vez que o indivíduo é capaz de manter uma ereção durante um longo período de tempo. Entretanto, devido às pressões sobre seu desempenho, em alguns casos, essa disfunção pode evoluir para um quadro de Disfunção Erétil secundária.
Muitas vezes, essa
dificuldade em ejacular ou a incapacidade de fazê-la durante a relação sexual, é confundida com a
Anorgasmia Masculina, mas, são realidades distintas: No caso da Anorgasmia Masculina, o homem ejacula, porém não sente as sensações de prazer orgásmico. Enquanto na Inibição Ejaculatória o homem pode permanecer até mais de uma hora numa relação sexual sem que consiga ejacular.
A Incapacidade ou Inibição Ejaculatória pode ser: Primária, quando o homem nunca vivenciou uma ejaculação durante relações coitais (forma mais frequente); ou Secundárias, quando ocorrem em determinados períodos da vida do homem.
Nesse último caso, a Incapacidade Ejaculatória é Situacional, salvo quando há homossexualidade associada, circunstância em que o indivíduo pode ser incompetente em relação à mulher, mas perfeitamente funcional em relação às pessoas de seu próprio gênero.
A
Ejaculação Retardada pode ser desencadeada por várias causas, que precisam ser avaliadas, mas, em geral, têm causas psicológicas ou tem seus determinantes nela.
Masters e Johnson (1984) citam que 42% dos casos com Inibição Ejaculatória primária têm causas associadas à educação sexual castrativa, à ortodoxia religiosa e/ou ao desenvolvimento psicossocial traumático. Além disso, pode ocorrer, também, em homens que se preocupam em excesso com o prazer da(o) parceira(o) e/ou com ansiedades relacionadas ao tamanho de seu pênis. Mas, comumente são medos inconscientes relacionados à penetração.
Tratamento da Incapacidade Ejaculatória ou ejaculação retardada em BH
Não existem medicamentos nem tratamentos médicos para a Incapacidade Ejaculatória. Apenas os conhecimentos aprofundados em Sexualidade Humana e as técnicas em Terapia Sexual individual e de casal, são recursos ideais para ajudar o paciente a superar satisfatoriamente, e com certa brevidade, essa Disfunção Sexual.
É fundamental, para o sucesso do processo terapêutico, uma avaliação por meio de entrevista e de anamnese detalhada, para estabelecer um diagnóstico e levantar as possibilidades prognósticas.
Em alguns casos, é enriquecedora a presença da(o) parceira(o) na entrevista e durante o trabalho terapêutico.
A terapia sexual também permite ao homem desenvolver aprendizados que não obteve durante seu desenvolvimento psicossexual e/ou pessoal.
Referência Bibliográfica:
MASTERS, W. H. & JOHNSON, V. E.
A Reposta Sexual Humana. Roca: São Paulo, 1984.